Mykonos-1

O Poeta Estelar pede a palavra:

“Quase um ano terreno se passou. Iniciaremos hoje a divulgação do segundo Livro da Obra “A Grande Família no Amor” – “Mykonos: As Cavernas acolhem a Família Silva” muitos leitores acompanharam a primeira vida que versa sobre Constantinopla, do início ao fim, vibraram, torceram, se emocionaram, lamentaram que no final, nosso querido Amigo Aimanon tivesse que “abandonar” sua família e partir para outras paragens. Bem, tenho o prazer de informar que poderão prosseguir acompanhando a sua nova vida: outro país, outras tarefas, outra profissão, mas o mesmo Aimanon…

Aos leitores que não passaram da primeira página, abandonando a leitura pelo simples fato de se depararem com a palavra “Reencarnação”, prosseguirão não tendo respostas para milhares de perguntas que sem o aceite deste mecanismo divino é impossível obter.

Pedimos a todos – os que leram e gostaram, os que não gostaram porque “não leram”, que corram para entender mais, busquem livros, estudiosos no assunto, solidifiquem  ou formatem sua opinião à respeito, pois sem isso, o final dos tempos representará o início de um ciclo onde o maremoto dos acontecimentos irá de encontro a dúvidas, a insegurança, a impossibilidade de entender que a bondade divina atinge a todos, sem distinção de raça ou classe social.

Minha amiga parceira, apesar de aceitar a reencarnação, se matriculou em um curso de psicoterapia reencarnacionista, para entender mais. Cada um que busque suas ferramentas, mas busquem, isto é imprescindível para o que está por vir.”

Que a Paz esteja com todos vocês.

Poeta Estelar

***um pouco  mais da Familia Silva 


Mykonos: As Cavernas acolhem a Família Silva
CAPITULO 1
O MAR POR TESTEMUNHA
Aquele foi um dia especial. A decisão foi muito difícil de ser aceita sem discussão pela família Massina. Depois de semanas ponderando, o veredito era: Partiriam!  Tudo que tinham seria abandonado, a quinta herdada de seus antepassados não poderia ser arrendada para algum interessado, pois todos haviam se mudado para algum local mais seguro. Fugiam da invasão dos bárbaros que no Século III AC dizimavam as vilas no norte da Itália, as plantações eram destruídas, as mulheres violentadas, as crianças mortas, ninguém era poupado. Os chefes de família eram o primeiro alvo, tornavam-se prisioneiros destes cruéis invasores, obrigados a presenciar todas as atrocidades e quando tudo acabava, eram escalpelados e mortos.
A cidade de Verona já tinha sido atacada em diversas localidades inclusive onde a família Massina habitava. Naquele dia, apenas os que não estavam ausentes por algum motivo foram alvo da ira dos invasores, um terço da família desapareceu naquela tarde de abril.
Quando Jonas, o filho mais velho de Messias, o artesão, voltou da lida acompanhado de seu filho Joninho de seis anos, encontrou a família envolta em um cenário aterrador da violência sem propósito. A esposa Maila e a filha Mirla de quatro anos, por um acaso do destino estavam em outra localidade. A angústia tomou conta daqueles que foram poupados. Mesmo diante desta realidade alguns se negavam a deixar a vida já definida para trás.  Seu irmão Atílio dizia que poderiam construir cabanas improvisadas nas plantações e se mudarem para lá até que tudo voltasse ao normal.  Cada um expressava seu ponto de vista. A única coisa que concordavam era que deviam permanecer unidos.
O velho Messias, ao adoecer, devido uma paralisia que imobilizou suas pernas e braços, dividiu a propriedade que havia amealhado após uma vida trabalhando como ferreiro, em cinco partes iguais e entregou uma parte para cada filho homem e suas famílias. Ele era pai de sete filhos, cinco homens e duas mulheres, Alice e Rubia. As duas não participaram da divisão das terras porque Alice era portadora de deficiência cardíaca e muito frágil, não podia ao menos cuidar dos afazeres domésticos, vivia com Jonas e Maila. Rubia se casou muito jovem e mudou-se para Creta.
No dia que o velho Messias anunciou a decisão de dividir seus bens, dois anos antes do terrível acontecimento, ele exigiu que todos se comprometessem a jamais se separarem, cada um construiria sua casa em seu quinhão e acomodariam sua esposa e filhos. Ele e Alice morariam com Jonas até quando a vontade de Deus permitisse. Todos concordaram de pronto. Alberto e Atílio moravam em outra vila, mas como não tinham uma propriedade própria, arrendavam terras de terceiros; mudaram-se depois de alguns meses.  Jonas, Josias e Rubens agradeceram muito a generosidade do pai e prosseguiram em suas casas que haviam sido erguidas com a complacência de Messias dentro dos limites de suas terras, mas de agora em diante poderiam considerá-las como suas.
Quando a decisão final foi acordada pelos cinco irmãos, Messias e Alice já haviam falecido pelas espadas dos invasores assassinos. Todos ficaram absolutamente consternados. Rubens jurou se apoderar de armas fabricadas por seu pai, quando seus irmãos e mais alguns amigos o aconselharam a desistir do intento de caçar aqueles que além de seu pai e irmã tiraram a vida de sua esposa Anita, sua sogra Ítala e dois filhos de três e dois anos. Rubens se acalmou quando Jonas e Josias disseram que ele, por ser um grande companheiro, além de irmão, deveria tentar esquecer o passado nefasto e auxiliar a família que ainda o amava e precisaria de seus cuidados. Ambos já tinham decidido partir para Grécia e como o irmão caçula Atílio ainda titubeava por temer a longa travessia por mar aberto, os dois, por serem os mais velhos dos cinco irmãos, comunicaram uma reunião que decidiria o futuro dos quinze familiares que sobreviveram. Além dos irmãos homens, as esposas de Jonas, Josias, Alberto e sete crianças. Atílio ainda era solteiro. Foi dito em tom autoritário por Jonas ante uma plateia indecisa e temerosa:
– Irmãos, papai nos pediu que jamais nos separássemos. Porque tanta dúvida? Prosseguiu.
– Nós não temos alternativa ou nos aventuramos em uma terra do outro lado do mar ou morremos atingidos pelas espadas destes covardes assassinos.
Todos participaram desta reunião inclusive as crianças pequenas. Alberto tinha dois filhos de oito e doze anos que o acompanhavam no dia do acontecido na colheita de algodão e Josias três crianças pequenas, Vicente de nove meses, Carminha de dois anos, e Raul de quatro anos. Naquele dia as três crianças juntamente com a esposa de Alberto, Beatriz e a mãe Nair, que eram irmãs, passaram o dia em uma localidade próxima, onde moravam alguns familiares de ambas.
Alberto interrogou o irmão dizendo:
– Jonas, como abandonar tudo que papai deixou sem ao menos olhar para trás? Eu concordo que ele nos pediu para que não nos separássemos mais como podemos cumprir este desejo se o que está em jogo é o futuro de nossos filhos?
Jonas abriu os braços, pousou os grandes olhos azuis sobre o irmão e disse:
– Por isso mesmo, pelo futuro das crianças trocaremos a certeza do avanço dos bárbaros que voltarão para terminar o que começaram, pela incerteza do que nos aguarda em terras distantes, que tanto pode ser a morte durante a viagem como a prosperidade em forma de terras para retirar o alimento e abrigo para amenizar o esforço do trabalho que jamais nos intimidou.
Alberto retribuindo o olhar do irmão, respondeu com repentina segurança:
– Está bem irmão, eu, Beatriz e as crianças iremos com você e Josias.
Jonas se levantou e abraçou o irmão com muito carinho, este retribuindo este gesto espontâneo beijou sua face.
Faltava agora a resposta de Atílio e Rubens, pois aquele era o dia decisivo; quem não concordasse ficaria, a embarcação partiria para Grécia dentro de dois dias e estava lotada. Além de muitos amigos, mais vinte e duas pessoas da família Massina entre primos e respectivas esposas e filhos já tinham confirmada suas decisões.
Atílio foi o primeiro a falar:
– Irmãos, jamais me separarei de vocês e como minha sugestão de montarmos acampamento na mata não foi aceita, no que pensando bem, vocês tem razão, teríamos muita dificuldade de nos mantermos naquele lugar selvagem e a época da chuva se aproxima aumentando mais as dificuldades. Neste caso só me resta acompanhar vocês três. Só voltarei atrás, caso Rubens não concorde, pois como nós dois somos livres de compromissos matrimoniais eu seguirei a opinião de meu irmão que tanto sofre pela perda da esposa e filhinhos.
Jonas olhou firmemente nos olhos de Rubens como que aguardando uma resposta. Rubens abaixou a cabeça com lágrimas escorrendo copiosamente de seus olhos, soltou um forte lamento, dizendo:
– A última coisa que quero é deixar as terras que nosso pai nos deixou, mais como disse Atílio, agora só tenho vocês e não quero carregar a culpa de separar os irmãos, portanto está decidido. Eu e Atílio vamos com vocês.

continuação…

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