O Poeta Estelar já adiantou alguns detalhes sobre a minha mediunidade, mas posso complementar que eu só consegui trabalhá-la de modo a realmente colaborar, sendo uma intermediária serena, equilibrada, sem medos, muito depois da quarta década de vida, mais precisamente aos cinquenta e quatro anos de idade.
Até aí, girava em círculos, sem encontrar um rumo para minha vida espiritual, nem respostas para minhas dúvidas.
Sabia que era diferente, pois “sentia” a energia daqueles que estavam aqui e dos desencarnados também, mas como não havia uma explicação que me parecesse lógica dentro daquilo que tinha aprendido. Até então, frequentando a Igreja Católica. Eu ia “escapando” sem dar muita abertura para pensar no assunto.
Uma tarde, quando tinha vinte e oito anos de idade, aos cinco meses da minha segunda gravidez, estava na casa de minha sogra, preparando o enxoval de minha filha, me sentia feliz e tranquila. Em um certo momento, lembrei-me de minha avó Amélia, falecida poucos anos antes. A seguir comecei a sentir a inconfundível energia que embalou minha infância, o cuidado, o carinho, a comidinha bem temperada, os encontros com toda a família no Paraná. Sabia que ela queria enviar uma mensagem para o Osmar, seu filho caçula, que na época não se conformava com sua morte.
Me permiti, por amor a ela e ao meu tio, receber a “carta”, uma linda declaração de amor e cuidado, enfatizando que ela estava viva e bem. Assim que a entreguei, tive a sensação de dever cumprido e a certeza que Osmar começaria a enxergar a morte da mãe como algo natural e prosseguiria vivendo bem, longe da tristeza que havia se abatido sobre sua vida.
Quando recebi a notícia da morte de meu tio, pouco tempo após ele ter recebido e lido a “carta”, me senti péssima! Em nenhum momento me passou pela cabeça que o fim seria esse, pensava que as palavras contidas naquela comunicação, iriam trazer o conforto que ele tanto precisava e força para prosseguir cuidando de sua família.
Decidi colocar uma pedra sobre este assunto depois que Mônica, minha irmã caçula, me levou a um Centro Espírita na Freguesia do Ó, em São Paulo, em busca de respostas. Contei sobre o episódio com minha avó e me disseram que eu era médium e que se não começasse a desenvolver a mediunidade poderia ter muitos desequilíbrios futuros. Foi a primeira vez que fui a um Centro Espirita e nunca mais retornei nos próximos vinte e seis anos.
Acho que é o meu perfil de personalidade não aceitar qualquer opinião em um primeiro momento, especialmente quando soam ser uma imposição. Prossegui levando a vida. Às vezes, sentia alguma energia “estranha” mas fui treinando minha mente para focar meu pensamento em algo concreto, uma canção, uma paisagem, nos meus filhos se eles estavam por perto, e a sensação passava como por encanto. Frequentava a Igreja Católica ocasionalmente. Não lia nem me interessava por nada que se referisse a espiritualidade. O medo sempre falou mais alto.
Em 2005, Mônica foi diagnosticada com câncer, foram dois anos de luta infrutífera contra a doença, em 2007 ela se foi. Foi um período bem estranho, tinha sensações de proteção, me sentia forte para acompanhá-la nas consultas e sessões de quimioterapia quando ela me pedia. E simplesmente não passava pela minha cabeça que o final estava próximo.
No último ano de sua vida, fizemos várias vezes o que chamávamos de “Dia de Irmã”. Saíamos sem rumo por aí, riamos muito, conversávamos sobre nossa infância. O assunto preferido sempre foram as histórias engraçadas que envolviam nosso pai Anselmo, que havia falecido em 2002 e nos despertava muitas saudades. Em nosso último passeio, ela me presenteou com o livro ao lado, menos de um mês depois nos deixou. A dedicatória traduz o quanto os laços que nos uniam eram envoltos de muito Amor e Carinho. As mãos já estavam trêmulas, a perna esquerda muito inchada fazia com que caminhasse com extrema dificuldade, e mesmo assim, ela não se dava por vencida. Em nenhum momento, Mônica se queixou da doença, pelo contrário, era ela quem nos confortava e nos preparava para o que viria. Tenho certeza que de alguma maneira também sentia a mesma proteção que eu.
O próximo ano foi de muita reflexão. A cada dia eu sentia que precisava dar um rumo em minha vida espiritual e utilizar a mediunidade em prol de ajudar. Tentei voltar a frequentar a Igreja Católica, mas o mesmo torpor e desinteresse que eu sentia na infância quando minha mãe me obrigava a levantar cedo todos os domingos para ir a missa, me invadiu. Não demorou muito, desisti.
Segundo os Espíritos me disseram anos depois, um fato que ocorreu em janeiro 2008, foi um dos starts para me direcionar a fazer o que me propus nesta vida. Aquela vontade indescritível de saber mais e principalmente de ajudar o próximo começou a vibrar dentro do meu coração, porque durante a missa de 7ª dia de um sobrinho que faleceu muito jovem devido a um inesperado acidente e diante de uma situação familiar “estranha”, eu pedi com toda fé e profundamente emocionada:
– Meu Deus, me auxilie a auxiliar!
A partir daí, muita coisa aconteceu a nível invisível para que finalmente pudesse fazer o que vim fazer. Quando pedimos com fé e confiamos, somos sempre ouvidos. A ajuda não tarda a chegar.
Em fevereiro de 2009, minha filha, a mesma menina que estava na minha barriga quando recebi a carta de minha avó Amélia, me falou sobre o prof. Wagner Borges e seu curso de Bionergética, Aura e Chacras, “senti” que poderia ser uma luz no fim do túnel. Foram anos de muito aprendizado no IPPB, o olhar religioso se transformou em fé e certeza que o horizonte é muito mais amplo quando nos despimos das crenças limitantes que ao longo da evolução nos foram impostas. E isto acontece de uma maneira tão sutil que acabamos por não nos dar conta.
No dia das mães do ano de 2009, sozinha no meu quarto, após o almoço em família, senti claramente a presença de minha irmã. Profundamente emocionada, me entreguei de corpo e alma para receber uma mensagem que eu sabia que ela queria enviar para minha mãe. Naquele momento, percebi claramente que o Amor que nos unia ultrapassava todas as barreiras que por ventura a morte pudesse ter erguido. Após este momento de puro enlevo e alegria, vieram as dúvidas.
Como entregar para mamãe, católica praticante e muito longe de entender que aqueles que já partiram podem sim se comunicar conosco? Eu tinha certeza absoluta que a “carta” tinha que ser entregue, custasse o que custasse, e assim o fiz.
Mais um ano se passou, prossegui aprendendo muito com o professor Wagner, mas com relação a comunicação com o plano espiritual, totalmente estagnada, não dei um passo sequer em direção a entender o que acontecia comigo, acredito que o fato de não ter percebido qualquer sinal de emoção no rosto de minha mãe enquanto ela lia a “carta” e a total ausência de comentários, me fizeram voltar a antiga postura de ignorar este dom que segundo o Poeta Estelar foi sendo aprimorando ao longo de inúmeras encarnações, então não havia como fugir.
No dia das mães de 2010, novas notícias da Mônica para minha mãe, exatamente a mesma reação… minha e dela!
Passados alguns meses, uma insônia brutal me acometeu, dormia duas horas por noite, quando muito. Só muito tempo depois descobri através dos ensinamentos de meu antigo médico e sempre professor, Dr. Sergio Felipe de Oliveira, que quem comanda os ciclos que regulam o sono é a Glândula Pineal, é ela que produz a melatonina, o hormônio que induz ao sono. Por outro lado, esta mesma glândula é um canal de comunicação com os planos sutis, ou seja, uma antena que capta e emite sinais que trocamos com os nossos Amigos que agora vivem em outras esferas de vida.
Bem interessante e correto, minha Pineal vibrava pedindo que me comunicasse com o lado de lá, e eu teimosa, não movia uma palha, nada mais justo que ela tivesse dificuldade em produzir melatonina. Mas na época, não sabia nada disso, a única coisa que eu tinha certeza absoluta era – não ia procurar um médico porque no fundo sabia que não precisava de nenhuma medicação controlada. Tentei de tudo, música de relaxamento, meditação, pingava óleo essencial de lavanda no travesseiro, tentava dormir segurando um cristal. E nada!
Até que em agosto de 2010, me rendi, comecei a pensar em terapias alternativas – quem sabe, florais, massagens, reiki. Foi aí que conheci uma competente terapeuta holística, chamada Vanessa, e com a qual tenho uma dívida eterna. Eu não disse nada sobre minha vida, apenas que estava com muita insônia. Depois de uma sessão de Reiki, onde círculos coloridos explodiram em minha retina e uma serenidade profunda me invadiu, ela me sugeriu, que fosse feita uma avaliação da energia que se desprendia de meus chacras através do posicionamento de um pêndulo. Pelo que Vanessa me explicou depois, todos os chacras estavam equilibrados, a não ser o do plexo solar, onde o pêndulo se movimentava de uma maneira irregular. Então me perguntou, afirmando.
– Você tem alguma tarefa ligada ao seu desenvolvimento espiritual que não está cumprindo. O que é?
Confesso que fiquei surpresa, com o meu pouco conhecimento não conseguia entender como ela poderia se referir a isso, mas me senti segura em me abrir. Depois de relatar sobre as três “cartas” que tinha recebido e da dificuldade de compreender como isto poderia ser útil a alguém, completei que não tinha vontade de começar meu desenvolvimento mediúnico em um Centro Espírita e como psicografias só podem ser recebidas dentro deles, conclui que não havia o que fazer.
Ela sorriu e disse simplesmente:
– Se é o Amor que possibilita esta conexão, não há o que temer!
Vanessa me indicou um floral e pediu para que pensasse na possibilidade de fazer o meu mapa astral. Deste encontro, três grandes bênçãos para minha vida, utilizei o floral e adorei, hoje trabalho com Florais de Bach, auxiliando aqueles que buscam equilibrar as emoções que muitas vezes trazem sofrimento para o dia a dia.
Fiz meu mapa astral com a própria Vanessa, e lá, claríssimo, aparecia o dom da mediunidade como sendo a ferramenta que eu utilizaria para cumprir minha missão nesta vida e muito mais! O lado investigativo de escorpião que até então estava adormecido, aflorou como nunca. Eu me perguntava, como poderia, só com a data/horário e local de nascimento, ter em minhas mãos uma descrição detalhada como eu era? Bem, em 08/09/2010 Vanessa leu meu mapa em 23/10/2010 comecei o curso de Astrologia com o professor Nilton Shultz na Humaniversidade.
O terceiro presente, e que mudou todo o cenário de minha vida espiritual, foi a certeza que era o Amor que tinha possibilitado a comunicação tanto com minha avó Amélia, como com minha irmã, portanto, relaxei. Cheia de coragem, um dia após ter passado pela terapia, em um momento de tranquilidade, me sentei na escrivaninha, peguei lápis e caderno, pensei com muito carinho em minha irmã. Não demorou, minha mão começou a se movimentar. Inicialmente eram rabiscos circulares que se sobrepunham e depois vieram as mensagens. Leiam algumas mensagens.
À partir daí… centenas de comunicações, não só da Mônica mas também de Espíritos que vibram apenas e tão somente Amor, entre eles meu Amigo Parceiro Poeta Estelar e Aimanon Contantinus Crione, o personagem principal o Livro Constantinopla. Eram textos longos, me orientando, trazendo conforto e sempre insistindo na frase:
-Confia e Siga!
O estudo da Astrologia me sedimentou a certeza que existe uma ordem perfeita no Universo, tudo tem sua hora e lugar, a primeira mensagem da Mônica recebi dia 18/08/2010, dia que completava oito anos da morte de meu pai (só descobri isso hoje, buscando as mensagens para colocar aqui).
No dia em que se completou os oito anos da morte de minha irmã, recebi a Poesia “A Medalha de Nossa Senhora”, detalhando o que aconteceu nos dias que antecederam e se sucederam ao seu desencarne. Ninguém que conviveu com Mônica durante a vida e em especial naqueles últimos dias, até mesmo os três espíritos em que é feito uma referência na poesia, poderão dizer que existe alguma afirmação equivocada, diferente do que realmente aconteceu. Afinal, os Espíritos Amigos estão sempre atentos aos sentimentos, aos pensamentos, as atitudes, e sabem exatamente tudo o que se passa no íntimo de cada um, não há o que esconder. Link para a poesia “A Medalha de Nossa Senhora”.
Tenho certeza que não só a poesia “A Medalha de Nossa Senhora”, mas todas as outras que claramente se referem a pessoas que estão vivendo por aqui, foram elaboradas, transmitidas e encaminhadas para publicação no blog (muitas vezes eu protesto mas ELES são absolutamente tranquilos e convincentes) porque houve merecimento da(s) pessoa(s) em questão, de compreender em que pontos poderão prestar mais atenção para prosseguirem firmes no caminho da evolução, portanto, um presente de Amor… nossos Amigos sempre dão um jeitinho para que o presente chegue até o destinatário.
A aproximação com a Doutrina Espirita foi algo muito sutil, consequência de acontecimentos inesperados, alheios a minha vontade. Logo após o carnaval de 2011, de repente, me vi fazendo um Curso de Educação Mediúnica em um Centro Espírita, após uns seis meses já estava psicografando em trabalhos fechados de doutrinação e não muito tempo depois, em reuniões abertas, onde recebia mensagens que eram transmitidas por desencarnados a parentes que buscavam notícias de seus entes queridos.
O desligamento deste Centro Espírita se deu de uma maneira abrupta e inesperada, também alheia a minha vontade, mas muito bem planejado pelo plano espiritual. O que aconteceu a seguir, foi um período de três anos, onde eu me dedicava a confeccionar mosaicos e colchas de patchwork, um trabalho minucioso que apurou a minha paciência e me deu a real noção de como se processa a interação com outros planos, as vezes, me sentia fora do corpo e conseguia até “conversar” com meu pai. Enquanto completava um trabalho sentia claramente energias próximas que me protegiam e até davam palpites no trabalho que estava fazendo.
Aqui, um painel de 2 metros de comprimento que foi elaborado sobre o tampo de uma mesa de jantar antiga, presente do meu pai quando me casei. As borboletas, as flores, as cores, iam tomando forma como por encanto. Juntando pecinha por pecinha eu visualizei as cores da transformação e senti a emoção que só a união é capaz de desenhar.
Uma mandala de flores feita sobre uma mesa circular que até hoje tem um lugar especial na minha sala. Enquanto trabalhava nela, pensava na união dos Silva, que renasceram para utilizar a mediunidade como um canal de comunicação sereno com o Plano Espiritual, em prol de colaborar na transformação do Planeta para um mundo de regeneração. Vibrava para os Silvas que ainda estavam afastados, pudessem um dia se juntar a mandala construída ao longo de incontáveis encarnações.
Ao mesmo tempo, como paciente do Dr. Sergio Felipe , aprendi muito, minha mediunidade “enraizou” e começou a alimentar a copa da árvore de minha vida. Passei por todas as etapas do tratamento até a alta. Findo este periodo, me matriculei no Curso Medicina e Espiritualidade, na época, ministrado presencialmente pelo próprio Dr. Sergio. Outra experiencia enriquecedora, muito aprendizado e novas descobertas. Compartilho o link para a poesia “Fisica Quântica” que recebi durante uma das aulas, o Poeta Estelar ao meu lado dando suas impressões e opinião.
E finalmente o conhecimento que buscava chegou. Uma ferramenta preciosa para auxiliar aqueles que desejassem encontrar a causa de tantos desajustes na vida, e também, me mostrar o caminho de como colocar o meu Eu Espiritual no comando de minha vida.
Quando, por obra dos Amigos Espirituais, fui apresentada a Psicoterapia Reencarnacionista, fiquei encantada. Até então, eu já sabia que receberia livros que contariam treze vidas distintas de uma família de médiuns – A Familia Silva – e este conhecimento viria a calhar, pois a reencarnação é o ponto central destes livros. Antigos Espíritos ligados por laços construidos ao longo incontáveis vidas, convivendo em cada uma delas, em paises diferentes, com graus de parentesco diversos, mas sempre os mesmos Espíritos. Carregando a mesma personalidade, gostos e preferências. Tudo isso graças a reencarnação.
Fazendo o Curso de Psicoterapia Reencarnacionista, o último curso presencial que o próprio Dr. Mauro Kwitko ministrou em São Paulo, eu aprendi muito mais do que imaginava, especialmente a ser mais paciente, mais obediente ao mundo espiritual, enfim, ser uma confiável auxiliar dos mentores, os verdadeiros Psicoterapeutas.
E a frase – Confia e Siga – que tantas vezes me foi transmitada nas mensagens da Mônica, fazendo sentido cada vez mais.
Um grande abraço de Luz!
Elza Horai