Pessoas briguentas
São repugnantes
Causam preocupação
Dores de cabeça
Solidão
Pessoas doadoras
São suaves
Trazem alento
Alegria
Pessoas mesquinhas
São tristes
Murchas
Cinzas
Pessoas felizes
São iluminadas
Agregam companhia
Sorriem
Pessoas doentes
São apagadas
Reclamonas
Se fecham
Pessoas sábias
São equilibradas
Querem ensinar
O que sabem
Mas…
Uma só pessoa
Pode ter
Características
Antagônicas?
Briguenta e doadora?
Mesquinha e feliz?
Doente e sábia?
É claro que sim
É uma questão
De analisarmos…
Sendo briguento
Buscando
Melhorar
O ambiente
Ao redor
Pode-se
Também
Ser doador…
Epa!! Como assim?
Quem briga
Só bagunça
A vida
A casa
As relações
Ah!!
Mas se eu
Contar
Que tenho
Um Amigo
Brigão
Mas doador
Daqueles
Que no Natal
Alimenta
Milhares
De famílias
Cura
Os males
Do corpo
E do espírito
Chora
Pelos
Necessitados
Ora
Pelos
Humildes
Ensina
Quem
Quer saber
Mas é Brigão!
Brigou
Até conosco
A alguns
Anos atrás
Dizendo
Que queríamos
Mandar
Em sua vida
Mas nós
Nem ligamos
Deixamos
O barco correr
E hoje…
Continua briguento
Mas deixa pra lá!
Ele é brigão
Mas merecedor
De ganhar
Muitas poesias
Agora,
Sou taxativo:
Uma pessoa
Mesquinha
Não pode
Ser feliz
O dinheiro
Nada
Tem a ver
Com felicidade
Já dizia
A vovó
Analfabeta
E sábia
E também,
Uma pessoa
Doente
Não é sábia!
Os sábios
Já descobriram
Que a doença
Começa na alma
E como
Eles sabem
Exatamente
Como cuidar
Das suas
Seus corpos
Não adoecem!
Poeta Estelar
by Elza Horai
Brigar pela Vida
Acabou de nascer, recebeu uns tapinhas no bumbum, chorou com gosto – começou a briga pela sobrevivência. A partir daí, é luta que não acaba mais – pelo alimento que fará o corpo crescer, pelo ar que encherá os pulmões e alimentará as células, pelo calorzinho que aquecerá o corpo. É certo que esta etapa da luta é vencida com uma certa facilidade, tendo uma mamãe para dar de mamar, trocar as fraldas, medir a febre, dar o remedinho se preciso e um papai para supervisionar tudo, de repente, já se está com cinco, seis anos desta luta que está se iniciando.
Talvez na segunda década de vida se iniciem as cobranças, pelas notas na escola, pelo comportamento que já deve estar totalmente alinhando com o que o futuro homem de bem deverá carregar, pelo cuidado com o asseio, pela necessidade de se alimentar saudavelmente. E prosseguindo, a vida escoando, dúvidas começam a pontilhar a mente, comparações teimam em avultar, a insegurança aparece do nada – é a adolescência se fazendo presente. Passada esta fase, a juventude trás outros questionamentos: como ganhar dinheiro e ser independente? Será que faço faculdade ou me arrisco em um negócio novo? Conseguirei formar uma família? Terei filhos?
E a vida não dá trégua, dia após dia, novos desafios, novos embates, tem hora que parece que as forças se vão, outras horas, a garra do leão desponta e passos preciosos são vencidos. Momentos de felicidade, se alternam com dias de angústia e tristeza, e o tempo passando, o corpo envelhecendo e a criança de outrora já não depende mais dos seus progenitores, agora enfrenta a vida de peito aberto – casa, carro, e uma família para chamar de sua.
E o tempo passa, os filhos chegam, crescem, e também se vão. A vida prossegue engolindo o tempo inexoravelmente, até que chega o dia de se despedir, de deixar para trás tudo… absolutamente tudo! E o corpo também fica, apenas a energia invisível que deu sustentação a tantos enfrentamentos e é essencialmente a única engrenagem da vida que desafia o tempo, que não sucumbe, nem tão pouco envelhece, sobrevive ao último capítulo daquela vida.
Aos que ficaram, resta a dúvida, será que sobrou realmente alguma coisa? Afinal, o corpo apodreceu, o sorriso de foi, a impossibilidade do abraço, da conversa gostosa, decretou uma conclusão equivocada: – A vida acabou!
Aquele que brigou pela vida, do Alto, dá um aceno e responde: – Não!! A briga continua, breve estarei de volta para receber novos tapinhas no bumbum!!
Aimanon Constantinus Crione
Amigo da Luz
Membro da Plêiade do Amor Universal