Nápoles

Novamente
Península Ibérica
Onde o sol
Brilha tão forte
Que as flores
Reluzem
Os pássaros
Parecem voar
Em harmonia
Com Deus!

Vida dura…
Orfã
Miope
Timida
Tísica
Rechaçada
Pela madrasta
Ignorada
Pelo pai

Mas
Por outro lado
Parceira
De inúmeros
Irmãos
Assumiu
O papel
Da mãe
Que se foi…
Congregou
Suas dores
Com o Alto

Foi conduzida
A partir…
Ajoelhar-se
Aos pés
De Nosso Senhor
E prosseguir
Amando os seus
Os daqui
E os da Terra
Orando
Para que
Um dia
Todos
Vivessem
A Plenitude
Do Amor!!

A morte
Não foi em vão
Renasceu
Mais forte
Carregando
A alegria
Dos justos
Percorreu
Os mesmos
Corredores
De outrora…

Relembrou
As dores
Relembrou
O compromisso…
Muniu-se
De tudo
O que faltou
No passado
Tranquilidade
Sabedoria
Resiliência
Certeza
De caminhar
Acompanhada
De Amigos Fiéis!

E prossegue…
Trazendo
Palavras
De Luz!
As mesmas
Palavras
Que
Por mais de
Uma vez
A condenou
A morte!

Poeta Estelar


O texto a seguir é parte integrante do Livro “A Caminho da Redenção”, elaborado por Dez Espíritos de Luz, entre eles Madre Tereza D’avila e Aimanon Constantinus Crione. Recebido através dos grávitons que permeiam o Universo pela Médium Cristã Elza Horai. Para melhor entendimento deste texto e da Poesia acima, sugerimos aos amigos leitores, que estão acessando este blog pela primeira vez, que leiam os posts referentes as poesias “Família” e “Lentas Conquistas”.
A décima segunda vida se passou em Nápoles, Itália. Desta vez, apenas metade dos Silva reencarnou nesta cidade, alguns formaram um núcleo em Roma, liderados por Aimanon, e outros mais, prosseguiram no Brasil, seguindo a trajetória de Ramiro Bastos, que agora, era um grande fazendeiro e senhor de escravos, com a revolta da morte inesperada estampada nos olhos e nas atitudes. Acompanharemos apenas o núcleo de Nápoles, onde reencarnaram Suzana, suas filhas Armanide e Laila; Catarina, Mirna e Linizia – irmãs e mãe de Aimanon em Constantinopla e outros espíritos que foram se integrando à família Silva ao longo das vidas; como Sulaine, irmã de Anele em Mykonos; Malaquias, filho caçula de Jorge e Luiza; Carmem, mãe de Ana Francisca e muitos outros.
A vida na Itália trouxe muito aprendizado à família Silva, em especial no que concerne à vida espiritual, mas naquela época já estavam instaladas as vendas nos olhos da grande maioria dos Cristãos que rezavam de acordo com a entoação regida pela Igreja Católica Apostólica Romana. Como a mediunidade passou a ser algo absolutamente renegado ao plano das alterações patológicas e combatida tenazmente, novamente os Silva se tornaram reféns deste dom precioso.
Suzana reencarnou no seio de uma família paupérrima. O pai lavrador, mal conseguia alimentar a pequena prole composta por três meninas. Quanto Mariane nasceu, a casa já abrigava duas crianças subnutridas. O dia a dia era de muita luta, ao amanhecer, Antônio se dirigia aos campos de cultivo de oliveiras, onde passava o dia todo. Levava uma parca ração composta por grãos e frutas secas. Não existia esperança para que este quadro se revertesse. Em casa, sua esposa cozinhava o que tinha, às vezes, por mais que procurasse nada conseguia para encher as panelas. As três crianças choravam muito, Lenira de três anos, era a que dava mais trabalho, nascera prematura e mesmo já não sendo mais bebê, ainda não conseguia caminhar com firmeza, cada vez que tentava, se desiquilibrava e caia, muitas vezes se machucando. Alice, a segunda menina,  era mais esperta, corria bastante e gostava muito de se equilibrar sobre as pedras que cercavam a pequena vila onde moravam. Eram apenas cinco casas, dispostas em círculo. Cada família buscava se manter isoladamente resolvendo suas próprias dificuldades, não se via solidariedade, nem tampouco relacionamentos de amizade confessa.
Assim que Mariane fez dois anos, Antônio  decidiu buscar novos horizontes para alimentar as quatro mulheres que escolhera para partilhar a vida terrena. Uma certa manhã, se arrumou para o trabalho, mas não saiu de casa. Catarina achou muito estranho o comportamento do marido, mas mesmo assim, não perguntou absolutamente nada. Por volta do meio dia, um senhor bem vestido, bateu à porta, perguntou por Antônio. Este, deitado na cama, se levantou rapidamente e saiu em companhia do visitante. Assim que voltou, disse para a mulher, que partiria no fim do dia. Uma companhia de navegação estava precisando de marinheiros e ele aceitou embarcar para Grécia, em troca de um salário razoável. O adiantamento daria para que as quatro sobrevivessem até sua volta. Prometeu voltar depois de três meses.
O tempo passou, nenhuma notícia da tal embarcação que levou quatro pais de família, moradores da pequena vila de Nóbrega, nos arredores de Nápoles. A situação de todos os dependentes que ficaram, senhoras idosas, jovens mães e inúmeras crianças que permaneceram na vila já estava ficando desesperadora. Um belo dia, decorridos três meses e meio da partida do navio de bandeira grega que transportava grãos, um mensageiro da Companhia de Navegação chegou, dizendo que o navio aportaria em Nápoles no início da próxima semana. Uma maravilhosa noticia depois de um período muito difícil.
A provação, apesar de trazer muito sofrimento, também serve para despertar a solidariedade entre as pessoas. Foi o que aconteceu entre Catarina e Augusta, apesar de não serem grandes amigas, a dificuldade as aproximou. O marido de Augusta, Lucas, tinha sido o único homem da vila, em idade produtiva, que não aceitou a proposta de se aventurar em alto mar em busca de novos horizontes. Ele não tinha muita aptidão para nada que fugisse daquilo que fora acostumado a vivenciar. Na verdade, de todos os habitantes do lugar, ele era o que mais fora abençoado com uma vida  tranquila, possuía um pequeno pedaço de terra que herdara de seu pai e de lá tirava o sustento da família. Só morava na vila, porque sua esposa insistia em ficar perto de sua mãe, que tinha sido proprietária da casa onde moravam, com o falecimento de sua sogra, permaneceram morando no mesmo lugar, apesar de seus protestos, se fosse de sua vontade se mudariam para Nápoles a alguns quilômetros do lugarejo.
Augusta era uma mulher tranquila, muito dedicada aos cinco filhos do casal. A timidez, às vezes soava como indiferença, mas na verdade, ela tinha sido agraciada com o dom da caridade e não costumava comentar o quanto de amor e dedicação colocava em atos onde privilegiava o auxílio ao próximo. Desde que Antônio partiu, foi ela que cuidou das três meninas para que Catarina pudesse trabalhar na lavoura em troca de uma pequena bonificação, mas que era de muita valia para a família. Mariane, com sua alegria e presença de espírito, logo conquistou o coração de Lucas. De início, ele não viu com bons olhos a atitude acolhedora da esposa, mas logo ele se dizia padrinho das três meninas.
Assim que a notícia da volta dos provedores das famílias se espalhou, todos começaram a se preparar para recebê-los. Catarina aguardou os dias que restavam para a grande chegada com muita ansiedade. Na manhã do dia marcado, todos correram para o Porto a alguns quilômetros de distância da vila. Assim que o desembarque começou, a terrível verdade chegou até aos ouvidos da incrédula mulher. Antônio havia sucumbido na viagem de ida, seu corpo foi achado boiando ao lado convés, sem que ninguém soubesse o que realmente havia acontecido. Catarina voltou para casa, absolutamente desconsolada, à partir daí, nem as filhas, nem a vida que ainda tinha pela frente, foi o suficiente para que a tristeza fosse a responsável pelo ato covarde que teve coragem de impor sobre seu corpo. Se suicidou jogando-se no açude que fornecia água para a vila de Nóbrega. Mariane, Lenira e Alice foram acolhidas por Augusta e Lucas, pois nem Antônio, nem Catarina, tinham parentes na vila,  a partir de então o casal e seus filhos se tornaram a nova família das três irmãs. Muitos acontecimentos entremeados de muita dor e emoção serão descritos no Livro referente a décima segunda vida.
A  maior parte da trama desta vida se passa dentro do Convento das Carmelitas Descalças em Nápoles no Século XIX, para onde Mariane/Suzana  foi obrigada a se refugiar para fugir dos mal tratos de Madeleine Pinholi, a mulher interesseira e dissimulada que se casou com Lucas após o desencarne de  Augusta.
Assim que pisou no Convento aos quinze anos de idade, Mariane tornou-se Irmã Margarida do Espirito Santo, uma jovem freira, alegre e carinhosa, que foi discriminada, acusada e tratada com desprezo pelo simples fato de colocar no papel, como faz até hoje, as Determinações do Alto. Desencarnou aos trinta anos vítima de uma pneumonia causada por ter sido obrigada a lavar o piso do Jardim do Convento embaixo de chuva e suportando um frio de dois graus, por insistir em psicografar escondida, desencarnou dez dias depois deste episódio.
Madre Carmine do Espirito Santo foi a única freira que ousou denunciar o fato para seus superiores, foi expulsa do Convento e da vida religiosa, terminou seus dias cuidando de crianças abandonadas e morando nas ruas de Nápoles. Ao desencarnar, reencontrou a grande amiga e na última vida todos descobrirão como é a amizade – algo divino, que une espíritos que se propõem a se auxiliar, sem saber de onde vem ou para vão, apenas levados por um único sentimento: o Amor. Madre Carmine, hoje desencarnada, acompanha Irmã Margarida desde o seu reencarne no meio do Século XX e cuida de sua filha, como sua mentora, isto devido aos laços criados dentro de uma minúscula ilha na Grécia e dentro do Convento em Nápoles, e após, quando Madre Carmine foi expulsa e não tinha para onde ir, irmã Margarida a acompanhava sem descanso, a intuía, colocava amigos diante dela, até que, mesmo morando nas ruas da cidade de Nápoles, conseguiu criar um orfanato para crianças abandonadas que existe até os dias de hoje.”

 

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