Terra à vista!!
Gritou o timoneiro
O casal dava
Pulos de alegria
Acompanhados
Pelos companheiros de viagem
Afinal
Todos vieram em busca
De riqueza
E acabavam
De completar
A primeira etapa
Aliás
Dificílima
Cheia de perigos
Enfrentando o
Mar bravio!
Saíram
Da Terra
Dos grandes navegadores
Em busca
De ouro e riqueza
A ambição
Falava mais alto
Mas algo
Destoava…
Com certeza
Não foi somente
A ganância
Que moveu
Estes
Dois jovens
Aventureiros!
Jorge
Queria dar
Um futuro digno
Para seus filhos
Luiza
Exibir-se para
Suas amigas
Portuguesas
Posando
De bem-sucedida!
Não foi só ganância
Não foi só exibicionismo
Não foi só o sonho
De um pai amoroso
Então o que foi??
Foi…
Que Deus pediu
Ao casal
Que plantasse
A semente
Dos Silva
Em terras Mineiras
Porque no futuro
Seriam eles
Os responsáveis
Pela LIBERTAÇÃO
Desta Terra Bendita!
Tomás e Poeta Estelar
O texto abaixo é parte integrante do Livro “A Caminho da Redenção”, elaborado no Alto, por Dez Espíritos de Luz, entre eles Meimei e Mônica Amélia de Lima. Recebido através da energia do pensamento pela Médium Cristã, mãe e avó, Elza Horai. Para melhor entendimento deste texto e da Poesia acima, sugerimos aos amigos leitores que estão acessando este blog pela primeira vez, que leiam os posts referentes as poesias “Família” e “Lentas Conquistas”.
“Os antigos amores sempre se aninham no mesmo teto. Após uma vida de sofrimento infindável, outro país acolhe novamente toda a Família Silva, agora ela reencarna em outros corpos, assumindo a responsabilidade de desbravar um imenso país recém descoberto: o Brasil.
Jorge e Luiza casaram-se em Portugal e partiram em busca de encontrar outro lar para seus filhos. A vida difícil naquele pequeno país os levou a desejar um novo destino para si e para os filhos que viriam. Chegaram a Baia de Todos os Santos no dia vinte e cinco de março de um mil seiscentos e quarenta e cinco, trazendo apenas uma pequena mala contendo algumas roupas, algum dinheiro e um machado, que Jorge fez questão de trazer, pois dizia que com ele construiria a casa da família, em um lugar que os acolheria e traria muita sorte para que pudesse enriquecer e voltar para Portugal levando a insígnia dos vencedores.
Após um mês da chegada, finalmente chegaram ao seu destino: Mariana, Minas Gerais. Em Portugal já se falava da riqueza daquele Estado, onde, diziam, o ouro brotava do chão espontaneamente. Quando Jorge ficou sabendo deste lugar, não pensou duas vezes, era para lá que iria e ficaria rico. Durante dois anos economizou cada escudo, quando já tinha o suficiente para viajar e comprar um pedaço de terra, casou-se com Luiza e partiu, sem ao menos se despedir de seus pais que na época moravam em Lisboa. Ele achou que viajar duzentos quilômetros apenas para se despedir seria um dinheiro desperdiçado, então, acompanhado de sua esposa, atravessou o Oceano e aportou em terras brasileiras.
O dinheiro foi o suficiente apenas para comprar um mirrado pedaço de terra, sem absolutamente nada sobre ele, apenas uma mata sem fim. Foram anos dificílimos. Jorge com seu machado e seus braços construiu a casa, arou a terra, plantou feijão e milho. Aos poucos a vida foi melhorando, quando o primeiro dos nove filhos chegou, uma menina de nome Mariana, a casa ainda não estava pronta e nos seus primeiros cinco meses a família morou em uma cabana improvisada com folhas de bananeiras. Ela quase morreu de gripe, contraída devido a umidade provocada pela chuva intermitente que caiu naquele ano. Quando o nono filho nasceu, um menino que recebeu o nome de Malaquias, a vida já não era mais a mesma, Jorge já havia adquirido um grande pedaço de terra que batizou como Fazenda da Vargem, que no futuro seria palco de novas atrocidades contra a Família Silva.
Os nove irmãos cresceram muito unidos, protegendo-se e defendendo-se mutuamente das atitudes ríspidas de seus pais. Os anos de trabalho duro, transformaram o jovem e sonhador casal em velhos ranzinzas, gananciosos e sovinas, a ponto de racionarem a comida das crianças. Aos cinco anos, os meninos e as meninas, eram levados a trabalhar na lavoura, sem o direito a reclamar, sem folga e sem tempo para estudar, nem brincar. Por isso, as nove crianças só tinham a eles próprios para se auxiliarem.
Uma ocasião, Tadeu, o terceiro menino e também o mais esperto, roubou uns trocados do pai e foi para a cidade comprar doce para seus irmãos. Quando Jorge descobriu, surrou-o até quase matá-lo, colocou-o de castigo com as vacas no celeiro. Durante cinco dias Luiza não o auxiliou uma única vez, eram seus irmãos que se revezavam para trazer alimento e água. Enquanto todos estavam trabalhando, Matias de quatro anos e Suzete de dois anos e meio, é que cuidavam de suas feridas, enquanto o menino limpava e esterilizava os machucados, a menina cantava para acalmar o irmão.
Jorge e Luiza, hoje encarnados, não mais fazem parte da Família Silva e foram proibidos pelo Alto de gerarem outros filhos, a falta de amor e cuidado com crianças inocentes, não recebe acolhimento do Alto, pelo contrário, a infertilidade é certa nestes casos, não como punição, mas como alerta para que tal fato não se repita. A dor de não ter o olhar de uma criança animando seus dias, os faz refletir e no âmago de seu subconsciente acolhem a verdade.
Hoje, todos os nove irmãos estão encarnados, alguns já adentraram a sexta década de vida, outros, ainda usam fraldas, mas o carinho e o amor que os une, é o mesmo que se vislumbrava quando todos sentados ao redor da mesa tosca, repartiam igualmente a parca ração que seus pais reservavam para eles. Todos Silva, médiuns, com uma belíssima missão a cumprir. Dois, foram gerados por suas irmãs, Suzete e Tereza. Outros três, por Mariana, a filha mais velha. Malaquias é tio, tio avô, irmão de seus irmãos, algo absolutamente inimaginável para a grande maioria dos leitores, mas absolutamente correto e real. O carinho e a leveza que os une, é a prova concreta de que Deus jamais deixa de premiar os justos, aqueles que por livre e espontânea vontade amaram e cuidaram do seu irmão de caminhada.
As oportunidades se repetem inúmeras vezes, não só as de resgate de atitudes pouco elogiáveis, mas em especial, aquelas em que o amor foi o sentimento eleito para permear a relação. Filhos de pais que elegeram a agressão e a falta de cuidado como a principal atitude de lidar com seus filhos, não necessariamente serão pais austeros e cruéis no futuro, como dizem os doutores que cuidam de reverter descaminhos tão comuns na vida atual. Os nove filhos de Jorge e Luiza são a prova viva que os estudiosos da mente humana estão redondamente enganados, nenhum deles deixou de tirar a comida de seu prato para oferecer a um filho, nenhum deles sequer levantou a voz agressivamente com um filho e sabem por que? Todos eles entenderam que o Pai Maior é Deus Pai Todo Poderoso, e como somos todos feitos a sua imagem e semelhança, somos todos serenos, alegres, justos, caridosos, cientes de nossas responsabilidades. “