Roma

César reinou
Por muito tempo
A cidade enfeitada
Resplandecia opulência
Vista também
Na mesa da elite
Ao redor da qual
Sentavam-se os
Grandes magistrados
As mulheres dos ricos
Os senadores!

Outras mesas
Traziam a impressão
Que um vendaval
Assolou-a
De tão vazia
E limpa!
Estas…
Em casas
Asseadas
Rodeada
Por verdadeiros
Cristãos
Mas porque tão vazia?
É uma boa pergunta
Afinal
Pertencem
A cidadãos trabalhadores
Chefes de
Grandes famílias!

Ora,
A diferença
É que são mesas
Da plebe
Aqueles que trabalham
Pra elite
Comer bem

Ás vezes algumas
Migalhas
São vislumbradas
Sobre elas…
Mas porque
Tanta pobreza?

Mas quem disse
Que não ter
O que comer é pobreza?
Para mim,
Pobreza é ter a mesa farta
E mesmo assim
Não oferecer
Uma maçã que seja
Ao irmão da plebe

Mas passar fome é pobreza!
Não! É ser forte!
É ter concordado
Em se aproximar do Pai
E quem sabe
Um dia se sentar
A sua mesa
Onde não tem comida
Sobrando
Mas o pão e o vinho
Está sempre presente
Em sinal de Amor
E Cuidado
A Plebe ou a Elite!

Poeta Estelar


O texto abaixo é parte integrante do Livro “A Caminho da Redenção” elaborado no Plano Sutil por Dez Espíritos de Luz, entre eles Padre José Maria Xavier e Aimanon Constantinus Crione. Recebido no Plano Terrestre pela Médium Cristã Elza Horai. Para melhor entendimento deste texto e da Poesia acima, sugerimos aos internautas que estão acessando este blog pela primeira vez, que leiam os posts referentes as poesias “Família” e “Lentas Conquistas”.
“Cristo ainda não havia se colocado entre os homens. A cidade resplandecia opulência e dor. Os Grandes Imperadores se colocavam no lugar de Deus, mandavam e desmandavam de acordo com interesses pessoais e da elite que os rodeava. Quando o grande monumento em homenagem a Augusto César foi erguido, todos suspiraram invejosos, como podia alguém que vivia como todos os mortais, tinha necessidades fisiológicas iguais a todos, suspirava e comia, dormia e vomitava, se achava tão poderoso a ponto de exigir que milhares de trabalhadores braçais trabalhassem de sol a sol, quase sem descanso, para construir algo monumental que nem ao menos servia para alguma coisa, apenas para colorir o ego e a empatia de uma pessoa igual a qualquer outra.
Esta dúvida, assolava a mente de Constantino, o garoto esperto, de cabelos encaracolados, bem mais inteligente que qualquer outro menino de quatorze anos que vivia na cidade de Roma. Ele andava pela cidade em busca de uma resposta para as dúvidas que jamais o abandonava, observava tudo, as vestes dos magistrados, as liteiras que transportavam as esposas dos membros da elite, os cascos dos cavalos, as crianças maltrapilhas, as crianças bem vestidas.
Um dia, sentou-se no parlatório em busca de algumas respostas, diziam que lá, ao cair da tarde, se reuniam sábios que tinham as respostas do porque de uma vida tão dispara. Chegou pela manhã, disposto a ficar até o entardecer, mesmo tendo que ajudar seu pai a ferrar muitos cavalos. Em sua família, muitos eram escravos do imperador, alguns até eram carregadores de liteiras, outros limpavam latrinas nos palácios imperiais. Ele, seus dois irmãos e seu pai, até que tinham sorte, mesmo fazendo parte da plebe, eram privilegiados. Sua mãe sofria de reumatismo profundo, mal se locomovia. Constantino cuidava dela durante a noite, quando o mal se agravava, trazendo dores lancinantes. Pela manhã, tia Augusta não deixava de ir até sua casa, fazer o almoço da família e sempre cuidava de sua mãe Renata. Os dois irmãos, Antero e Cristiano, por serem mais velhos eram imprescindíveis na oficina de Nobre, o pai da família que era ferreiro. Hoje, o menino, pediu para o pai para ir ao centro da cidade para buscar respostas às suas dúvidas. O pai, como sempre, concordou. Já estava tão acostumado a esta mania do filho de perguntar…perguntar… perguntar… que preferia que ele perguntasse a qualquer um, menos para ele, que de tão ocupado, mal tinha tempo de pensar porque o Imperador César Augusto mandou construir um monumento em sua homenagem.
Ao cair da tarde, o primeiro sábio chegou, sentou-se ao lado de Constantino, como se já soubesse que era esperado. O menino olhou desconfiado para aquele senhor de barbas brancas e olhar distante, mal acreditando que ele poderia lhe dar alguma resposta, mas mesmo assim arriscou, dizendo: – Senhor, minha mãe sofre e ninguém consegue curá-la. Gostaria de saber qual o motivo de tanto sofrimento se ela é boa e nunca brigou comigo. O sábio deu um sorriso, sem ao menos olhar para Constantino e disse: – Procure pelo seu pai e pergunte: Porque você nunca quis cuidar de mamãe? O garoto ficou muito confuso com a resposta e disse: – Ora, nem precisa perguntar, ele é muito ocupado, não tem tempo nem para ir vê-la no quarto. O sábio suspirou fundo e respondeu: – Então você já tem sua resposta, sua mãe é a melhor amiga de seu pai e no dia que ele caiu doente, ela cuidou dele sem descanso, agora, só ele pode fazer com que ela melhore.
Constantino se levantou, começou a caminhar, viu outros sábios chegando, mas a vontade de saber mais havia desaparecido, pelo menos naquele dia. Após meia hora de lenta caminhada em direção a sua casa, durante a qual, teve a impressão de ter encontrado muitas pessoas conhecidas, mas quando olhava com mais cuidado, percebia que eram totalmente desconhecidas. Assim que se aproximou da oficina de seu pai, parou um pouco e pensou: – Não posso dizer a ele o que o sábio me falou, pois nem mesmo eu, entendi direito. Deu mais alguns passos, parou novamente, desta vez, diante do pai, que entretido ferrava um cavalo de um dos superintendentes do Império. De repente o garoto teve uma ideia, disse: – Papai, esta noite, eu queria dormir um pouco, será que o senhor poderia cuidar de mamãe para mim? Nobre espantou-se com a pergunta, pois era a primeira vez que Constantino se esquivava dessa tarefa. A mais de um ano, desde que a doença de Renata piorou, a família se reuniu e decidiu que Constantino cuidaria dela durante a noite e dormiria pela manhã tendo a tarde livre para fazer o quisesse, pois ainda era muito jovem para auxiliar na oficina, que era um trabalho muito perigoso, mas mesmo assim, muitas vezes ele arriscava auxiliar na forja e ferragem dos cavalos. Estudar não era prioridade naquela família de plebeus.
O pai respondeu displicente: Peça a um de seus irmãos, amanhã levanto cedo para trabalhar e não posso ficar a noite toda cuidando de Renata. Constantino pensou um pouco e rapidamente disparou: – Papai, amanhã cedo eu fico no seu lugar na oficina, outra noite mamãe chamou muito pelo senhor, quem sabe ela não gostaria de sua companhia por hoje? Nobre parou totalmente o que estava fazendo depois que ouviu aquela afirmação. Ultimamente estava  sonhando muito com sua esposa pedindo que ele a auxiliasse, creditou o sonho a preocupação que tinha com a saúde dela, mas como estava sendo bem cuidada, nunca ficando sozinha, esta possibilidade jamais lhe passou pela cabeça.
Nesta vida, prosseguimos vendo a família Silva aprendendo cada vez mais, mas perceberemos que o amor e a união plantada em Constantinopla, Mykolos, Santorini e em outras vidas não descritas, prosseguia, envolvendo cada um de seus integrantes. Renata finalmente melhorou. A partir do dia que Nobre se dispôs a cuidar dela, as dores foram ficando cada vez mais brandas, os movimentos lentamente voltaram, e em um curto período de tempo os cuidados foram dispensados e ela voltou a cuidar da casa e dos filhos. Constantino acompanhou toda a evolução da saúde da mãe e cada vez que via seu pai e sua mãe sorrindo um para o outro, lembrava da predição do sábio da praça do parlatório e os porquês assolavam sua mente.
Assim que Constantino completou dezessete anos, seu pai o declarou apto a tocar a oficina juntamente com seus irmãos mais velhos e decidiu se aposentar, ou melhor, se dedicar a algo mais prazeroso, plantar amoreiras. No mesmo terreno que ficava a casa da família existia um vasto campo subutilizado e mesmo não tendo a propriedade, pois este pertencia ao Império, decidiu se aventurar. As amoras serviriam para fabricação de vinho que seria consumido pela família  e eventualmente poderia vender o excedente. Esta decisão, serviu de álibi para que sua vida fosse ceifada, e provocou o desmembramento da família. Todos os detalhes deste triste episódio serão contados no Livro referente a quarta vida : “Roma: A cidade sem Alma”
Nesta vida, Aimanon, vestindo o corpo de Constantino viveu até os trinta e dois anos, assim que seu pai foi assassinado, se tornou um andarilho, pregava a crença do Deus único onde quer que ele passasse, desbravou a Europa a pé chegando até a Ásia, onde desencarnou. Não chegou a se casar, nem deixou descendentes. Aos dezoito anos, se apaixonou perdidamente por uma moça que pertencia a elite, Heloisa. Ela era filha de um Senador Romano e irmã de um grande magistrado. O amor foi ardentemente correspondido, mas este romance, ao contrário da vida onde ele era Aimanon e ela Suzana, não foi aceito pela família da jovem. Ela desencarnou, aos dezessete anos, dois anos após ter conhecido Constantino, vítima de bulimia. Por um longo período se recusou a ingerir o alimento imprescindível para sua sobrevivência. Ela amava profundamente Constantino e no momento que foi proibida de prosseguir se relacionando com ele, ficou tão triste e deprimida que nada mais fazia sentido.  O pai de Heloisa ficou transtornado com a morte da única filha, assim que ela foi enterrada, ordenou que seus subalternos assassinassem Constantino, mas por acaso, atingiram Nobre com um golpe de machado, que desencarnou imediatamente.
Assim que foi informado do engano, usou as amoreiras como álibi deste gesto tão cruel, disse, que os assassinos estavam defendendo as propriedades do Imperador e consequentemente o próprio Imperador. O Senador, jamais foi punido por este ato, a única consequência, foi a fuga de Constantino, que fora alertado por Sentrilho, o irmão de Heloisa. Renata desencarnou dois anos depois, de desgosto. Os dois irmãos mais velhos, Antero e Cristiano, não conseguiram prosseguir o negócio do pai, não tinham mais cavalos para ferrar, pois os membros da elite, que eram os que se utilizavam destes animais para se deslocar, se recusavam a prestigiar uma oficina, cujos donos, eram filhos de um usurpador das propriedades do Império. Acabaram se rendendo ao vício da bebida, não mais trabalhavam, eram sustentados pela caridade de antigos amigos. Desencarnaram no mesmo dia, vítimas de um incêndio que se propagou pelo casebre onde moravam em companhia de dois cachorros de rua.
Esta é uma longa narrativa, pontilhada de momentos emocionantes, o ponto alto, reside na amizade entre Sentrilho e Constantino que será narrada em detalhes e transportada para a relação pai e filho. Neste caso, um rapaz rico, estudado, magistrado do Império Romano e um rapaz muito mais jovem, pobre e sedento por aprender mais. Em nenhum momento Sentrilho deixou de apoiar o romance de sua irmã com seu grande amigo e mesmo depois de sua morte permaneceu fiel a amizade. O motivo todos sabem, jamais o filho esquece o amor que cultivou pelo pai em vidas precedentes.”

 

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