Cactus

O calor do deserto
Se apresenta
Diante do caminhante

Perdeu a propriedade
Renegou a família
Sucumbiu ao vício

Sem saída
Saiu por aí
Em busca de algo
Que estava
Dentro do peito

Perdeu o rumo
Deu cabeçadas
Um dia decidiu

Vou atravessar
O deserto a pé…
Se conseguir
É por que
Posso tudo!!

No primeiro dia
Quase desistiu

No segundo
Chorou
Até anoitecer

No terceiro
Proclamou:
Posso!! Então vou!!

Debaixo
Do calor escaldante
Deu um sorriso amarelo
Pediu proteção
Continuou a jornada

Por volta
Do décimo dia
Nada de chegar
Ao final da travessia

Sentou-se
Ao lado de um pé
De cactos
Espinhudo que só!

Começou a dialogar
Sou igual a você…
Imprestável!

Não sirvo nem
Para alimentar
Meus filhos!

Neste momento
Ele ouve uma
Voz firme
Dizendo

Ora!! Pare com isso!
Se fazer de vitima
E ainda por cima
Me incluir nessa!

Eu tenho muitas
Utilidades
Inclusive
Matar a sede
De viajantes chatos
Como você!!

O caminhante
Se assustou…

Mas estava
Tão triste
Tão insatisfeito

Que nem ao menos
Raciocinou
Disse apenas…

Cale-se!!
Me deixe
Com meus fantasmas

O Cactus
Como que
Em deferência
Calou-se

A noite chegou
O frio cortante
Substituiu o calor do dia

O caminhante pensou
Acabou-se!
Desta noite não passo!

E eis que surge
Uma matilha de lobos
Rondando
Carne fresca
Para se alimentar

O caminhante percebeu
Mas já era tarde
Um deles
Subiu em seu corpo

E eis,
Que uma rajada
De espinhos
Atinge os olhos do lobo
Que foge
Em disparada

O homem
Ficou sem saber
O que tinha acontecido
A noite escura
Não o deixou compreender

De manhã
Acordou muito mais
Animado

E o pé de Cactus ali
Impassível
E firme

O homem sentiu
Como que uma
Vontade
De agradecer

Apesar
De não ter
Percebido
O grande favor
Recebido
Durante a noite

Começou dizendo:
Sr. Cactus
Eu gostaria
De dizer

Que nós dois
Perdidos
Neste confins
De mundo

Deveríamos
Nos congratular
Por fazermos
Companhia
Um ao outro

Neste instante
Um vento forte
Bateu em direção
Ao Norte

O homem
Tirou o chapéu
Curvou a espinha
Disse
Muito Obrigado!

E uma voz
Vinda não se sabe
De onde
Soou forte como
Um trompete

Parabéns!
Este é o primeiro
Muito Obrigado!
Que disse
Nos últimos dez anos

O último
Foi quando
Seu filho mais novo
Nasceu!

O viajante
Olhou espantado
Para um lado
Para o outro

Deu uma volta
Ao redor do Cactus
Suspirou dizendo

É minha consciência!
Acho que minha vida
É do jeito que é
Por que sou um ingrato

Minha esposa
É trabalhadeira e fiel
Meus filhos
Estudiosos e obedientes

E eu?
Um mal agradecido!

E eis que novamente
A voz se faz ouvir
Mas desta vez
Ele percebeu claramente

Era o Cactus!!
Que surpresa!
De imediato
Pensou

Uma planta
Que fala!
Devo estar
Delirando

Mas,
Ao prestar atenção
No que
Aquela planta espinhuda
Dizia
Começou a refletir

Sr. Viajante,
Começou o Cactus

Eu bem sei
Que o Sr. está aqui
Para fugir
De suas responsabilidades

Eu bem sei
Que o Sr. bebeu
Até ser despedido
Da empresa
Que pagava seu salário

Eu bem sei
Que atravessar
O deserto a pé
É algo muito difícil

Mas para alguém
Que em outras vidas
Também fugia
Deserto adentro
Toda vez
Que uma dificuldade
Se apresentava

Isto é algo natural
Mas agora
Acho bom aprender
Que fugir é desistir

E não adianta
Se auto-punir
Sua consciência
Sempre o perturbará

Portanto,
Volte!!
E faça
O que tem que ser feito!!

Poeta Estelar
by Elza Horai

A Consciência Espreita

Não adiante tapar o sol com a peneira tentando esconder de todos, e até de si mesmo, decisões tortuosas que acarretaram em resultados pífios. Cada um sabe exatamente o que tem que ser feito e de que modo deve agir para cumprir todas as obrigações. Se não fez do jeito certo é porque acionou o Ego ao invés de pedir ajuda ao seu Eu Superior.
Lamentamos pelos  insucessos, mas parabenizamos pelas lições, em especial se foram bem assimiladas. A consciência espreita e cobra quando a atitude não condiz com as lições pregadas por Nosso Senhor, elas são claras e objetivas, não deixando nenhuma sombra de dúvida do que é certo, do que é errado.
Tendo escolhido o caminho de formar uma família, ter filhos, a responsabilidade aumenta em proporções geométricas. A consciência deve dar conta não só de suas próprias escolhas como também tudo que diz respeito a orientação destes espíritos que foram colocados no seio de sua  família como concessão para que pudessem crescer cônscios que vieram ao mundo para cumprir tarefas postergadas em outras oportunidades. Talvez esta afirmação suscite protestos, pois a grande maioria dos encarnados nos dias de hoje nem tão pouco acredita que houve momentos pretéritos onde outro corpo recebeu o mesmo Espirito que hoje luta para entender um pouquinho de como se processa os mistérios da Criação. E quando se fala em filhos, o que vem à cabeça é direcioná-los a boas escolas, vesti-los com primor, alimentá-los do bom e do melhor, nem se pensa em ensinar que só estamos aqui para melhorarmos, nos tornarmos dignos de retornar ao nosso lar original, os céus.
Mas fechando os olhos, pedindo auxilio do Alto para que se acerte nas escolhas e na condução dos filhos, logo o discernimento apontará para o caminho correto e não há como dar errado porque a parceria do homem terreno e de seu Pai Maior é a mola mestra que impulsiona a Vida e os acertos.
Amigo da Luz
Membro da Plêiade do Amor Universal
by Elza Horai
Imagem de apresentação do post – pixabay.com

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