Asas
Para voar
Todos querem
Mas
Sem preparo
Não se vai
Muito longe
Querer
É fácil…
Acordar
Em
Uma
Manhã qualquer
E dizer
Hoje
Vou levantar
Voo
Sair
Desta casa
Onde
Não gosto
De nada
Quero
Mais
É me livrar
De tanta
Chateação
O dia
Estava
Claro
O vento
Favorável
E lá
Foi ela…
Sem asas
Sem preparo
Sem rumo
É claro
Que bateu
No primeiro
Poste
Esborrachou-se
No chão
Quebrou
O nariz
Perdeu
O dente
Voltou
Humildemente
Para casa
Respirou fundo
E chorou…
O choro
Dos desavisados
Dos preguiçosos
Dos arrogantes
Quando
As lágrimas
Secaram
Olhou
Pro céu
E disse
Que faço
Agora?
E uma voz
Serena
Respondeu:
Aprenda a voar
Aprenda a agradecer
Aprenda a amar
Aprenda a valorizar
Aprenda a viver
E levante
Voo
Novamente
Com certeza
Alcançará
Os Céus!
Poeta Estelar
by Elza Horai
Sem Asas para Voar
É claro que seres humanos não tem asas e muito menos podem voar sem a ajuda de um avião, de um paraquedas, de um ultraleve. Mas muitos acreditam que podem desafiar as alturas sem nenhum equipamento adequado, sem uma asinha que seja e se saírem bem, planarem como os pássaros. Crenças são sempre permeadas de pontos nebulosos que devem ser muito bem analisados para que não se leve um tombo daqueles. Ingenuidade pensar que sem planejamento possa se alcançar objetivos cujos traçados necessitem de muito empenho e força de vontade.
Os mais jovens são afoitos em tudo que fazem, gostam de inverter prioridades, passar por cima de etapas de preparação, se jogam de cabeça naquilo que acreditam, por isso mesmo é uma fase onde ainda existem cordões que os ligam aos mais experientes, que cortam as asas, diminuem a expectativa, puxam para a realidade. No caso dos jovens adultos que atingiram uma idade de não serem mais considerados imaturos para decidirem sobre seu futuro, a família tem pouco peso no que concerne a dar opinião ou até mesmo impedir que se lancem em empreitadas furadas. Muitos são inteligentes, preparados, mas sofrem do mal que atinge grande parte dos filhos da geração de cinquentões: arrogância. Estes se perdem em seus próprios devaneios, se colocam como todo poderosos, não ouvem ninguém, se sentem acima do bem e do mal.
E o que fazer quando se tem um jovem com este perfil na família? Simplesmente ignorem, deixem quebrar as asas, se emaranhar em suas próprias escolhas, cantar sem acompanhamento, com certeza renasceram para aprender e aprenderão, custe o que custar. Os pais não se descabelem, pelo contrário, serenem, mais importante que um tombo aqui, um machucadinho ali, é o aprendizado que vem aos borbotões.
Osmar Silva
Membro da Plêiade do Amor Universal
psicografia Elza Horai
