Que dia!! hem?
Vinte e um de abril
De mil setecentos e noventa e dois
Sucumbiu
Um Bravo Brasileiro!
Afirmo com toda certeza!
Independente
Das teorias contrárias
Que afirmam
Que o Bravo
Não só sobreviveu
Como também
Prosseguiu conspirando
Longe da Terra Brasilis
Ah! Mas isto é relativo
Que foi enforcado… foi
Que seu corpo foi esquartejado… foi
Que sua casa foi destruída… foi
Que o local foi salgado… foi
Que sua família foi perseguida… foi
Mas…
Que prosseguiu buscando
O sonho da Liberdade…
Isto sim!!
É a mais pura das verdades
Um tempo de descanso
E estava pronto
Para novas tarefas
Quero dizer,
Velhas tarefas…
Mas agora,
Sem o empecilho
Do corpo físico
Tudo ficou mais fácil
Podia orientar
Os que ficaram
Podia chamar à luz da razão
Os contrários a Liberdade!!
Até retornar…
Epa!! Retornar?
Como assim?
Bem… é certo que
Falar em:
Retornar do exilio
Retornar de uma viagem de férias
Retornar do exterior
É algo corriqueiro
Saudado com muitos abraços!
Agora…
Retornar da Pátria Espiritual…
Com outro corpo físico?
Com as mesmas aspirações?
Ah!!! Isto é assunto pra mais de metro!
Bem… vamos supor
Que vocês acreditam que
Ele retornou mesmo…
Afinal, esta é uma poesiazinha sem graça
Sem rima, sem métrica, sem nada…
E o contexto? O conteúdo? As entrelinhas?
Pode não ser acolhido, entendido, chancelado…
Afinal, cada um ganhou
Um presente maravilhoso do Pai Celeste
A inteligência…
E esta deve ser usada de acordo
Com o Livre Arbítrio de cada um
Ou melhor,
Levando-se em conta
O que acumulou de conhecimento
Durante as vidas presente e pretéritas
Independente…
Se calcados na Verdade Absoluta
… Ou não!
Vamos prosseguir
Supondo que todos
Os nossos leitores
Acreditam que ele retornou…
Ou pelo menos,
Estão em busca
De substituir “velhos” conhecimentos
Acionando o presente maravilhoso…
Durante o tempo
Que prosseguiu
Na Pátria Espiritual
Estudou muito…
Com Santo Agostinho
E outros espíritos
Cuja missão
É preparar
A evolução moral
De cada filho…
Para futuro retorno
Estando pronto
Voltou…
Para promover a Liberdade?
Não!!
Esta, supostamente
Já tinha sido alcançada…
O País estava livre do jugo português
Mas, só o Pai Celeste sabia
Que a verdadeira Liberdade
Estava por vir…
De viver sem medo de ser assaltado…
De gerar filhos sem se preocupar
Em como pagar a escola…
De viajar sem ser importunado nas fronteiras
Por ter nascido em um País de terceiro mundo…
De trabalhar e receber o justo…
De não ser refém da ganância de
“Homens iguais a todos os outros”…
De acreditar na “Verdade Absoluta”
Apenas porque ela tem sintonia com o Amor…
Joaquim retornou
Para promover
ESTA Liberdade!
Não pensem vocês…
Que como chefe de estado
Que como um poderoso magistrado
Que como um líder religioso
Que como um político honesto
Que como um professor graduado
Não!!!
Voltou para embelezar sorrisos!!
Apenas isto como ganha pão…
Mas mesmo assim,
Foi perseguido
For contestado
Foi caluniado
Foi expulso
E vocês me perguntarão:
E com tão pouco
Ele vai conseguir
Promover a Liberdade?
Sim!! Já conseguiu!!
Aguardem e verão…
Os filhos merecedores
São sempre protegidos
Pensou no bem de TODOS
Defendeu os fracos e oprimidos
Foi justo
E temente as Leis de Deus!!
O Universo se une para auxiliar
Comandado pela Sintonia do Amor
Emitida pelo filho trabalhador…
E foi isso o que aconteceu!
Joaquim mereceu…
Joaquim conseguiu…
Trazer a Liberdade para o Povo
Valoroso e Gentil!!
E VIVA!!
Joaquim José da Silva Xavier!!
Poeta Estelar
by Elza Horai
Sentimento de Culpa
Muitas ações se tornam nulas ou mesmo nem ao menos se iniciam quando se carrega sentimento de culpa. Exemplificando melhor, tomemos um trabalhador braçal, inteligentíssimo, aprendeu a ler praticamente sozinho, hoje fala três línguas fluentemente, sem nunca ter saído do país. Até que sua família não era das mais necessitadas, deu ao menino amor e liberdade para seguir sua vida como bem quisesse. Foi a infância isolada em uma localidade nordestina que o impossibilitou de frequentar a escola regularmente, demais, ninguém o impediu de absolutamente nada. Com treze anos decidiu morar com a avó na cidade de São Paulo. Nesta altura da vida, já sabia ler e escrever, contar e subtrair, isto chamou a atenção de um professor dedicado que abriu as portas para que o menino decidisse qual a profissão seguiria.
A partir daí, tudo se precipitou, ele parou de ir à escola, apesar dos apelos da avó. Com a negativa contundente, a avó deu o ultimato: Então vai trabalhar! E foi o que ele fez, com quatorze anos se tornou servente de pedreiro, profissão que abraça até hoje, já beirando os quarenta anos de idade.
O peso das experiências passadas, carrega o espirito de preferências, intolerâncias, melindres que não se consegue compreender. No caso do garoto esperto, assim que se viu diante da oportunidade de seguir uma profissão que garantiria seu futuro, empacou, porque na última vida tinha sido um brilhante advogado que se envolveu com inúmeras falcatruas. Esta atitude lhe rendeu muitos anos de cadeia, a perda de todos os bens, a companhia da solidão nos derradeiros anos de vida. Hoje, castiga o próprio corpo como uma maneira inconsciente de punir-se pelos deslizes passados.
Todos os Inconfidentes retornaram, alguns, mais de uma vez, mas todos carregam as marcas da intolerância registradas em seus espíritos. O baque foi tão cruel, que as novas oportunidades foram totalmente distanciadas do clamar por uma causa tão nobre: Liberdade.
Joaquim José da Silva Xavier, o líder, hoje está novamente gozando a liberdade da vida isenta do peso do corpo físico, mas em sua última oportunidade, absolutamente nada denunciava o bravo brasileiro que deu sua vida em troca de libertar o País do jugo português. Neste caso, não podemos afirmar que o anonimato se deveu a sentimento de culpa, pois não havia o que se arrepender. Joaquim renasceu com outras tarefas, mas todas, com a marca da liberdade iluminando seus traçados. Cumpriu todas as tarefas que lhe foram delegadas e como nosso amigo que fala três línguas sem nunca ter aprendido, ele retornará, e todos dirão:
Onde este menino aprendeu a ser tão corajoso?
Osmar Silva
by Elza Horai