Um País bendito
Um Povo privilegiado
Uma vida tranquila
Sem guerras
Sem terremotos
Sem pestes incontroláveis
Sem crianças subnutridas
Epa! Acho que no Nordeste
E no vale do Jequitinhonha
Nós encontraremos
Estas criancinhas
Famintas…
É claro que nem tudo
É perfeito!
Mas tenho certeza
Que maremoto não tem!
Mas… voltando ao tal vale…
Acho que fica
No Estado de Minas Gerais
Como assim?
Lá tem ouro, esmeralda,
E coisa e tal
Ou melhor tinha,
Mas porque será
Que hoje..
Podemos encontrar
Incrustado entre
Montanhas belíssimas
O lugar mais pobre
De nosso querido País?
Será o clima?
Serão os habitantes indolentes?
Será a vida isolada?
Garanto que não é nada disso…
Peço perdão,
Mas voltarei a bater
Na mesma tecla:
Reencarnação!
Aposto que se assustaram…
Principalmente os que teimam
Em não acreditar
Nesta Lei Justíssima!
Como hoje estou bonzinho
Garanto que não contarei…
O leitor que quiser
Parar por aqui
Fique à vontade…
A partir de hoje
Toda vez que tocar no assunto:
Reencarnação…
Avisarei com antecedência
Pois em uma poesia pretérita
Levei um susto
Com tanto protesto…
Alguns silenciosos
Outros nem tanto…
Para aqueles
Que continuam comigo
Lá vai…
Tenho certeza que
Cem por cento
Dos leitores
Estudaram no colégio:
O ciclo do ouro
A Inconfidência Mineira
O jugo português
A escravidão
E muitos pontos cruéis
Relacionados
A minha querida Minas Gerais
No ciclo do ouro…
O que imperou
Foi a ganância
A falta de solidariedade
A inveja
Os assassinatos…
Na Inconfidência Mineira…
O que imperou
Foi a traição
A impunidade
A tristeza
Os assassinatos…
No jugo português…
O que imperou
Foi a apropriação indébita
A exclusão dos nativos
A arrogância
Os assassinatos…
Na escravidão…
O que imperou
Foi o sofrimento
O desamor
O martírio
Os assassinatos…
É muito triste
Abordar estes temas
Sob este prisma
Mas é o único
Que condiz com a verdade…
Vocês sabiam que TODOS
Os que se envolveram
Nestes episódios tão tristes
E que espontaneamente
Pincelaram sua participação
Com uma das nuances
Citadas acima
Reencarnaram neste vale?
Sejam portugueses,
Brasileiros ou expatriados…
O Pai determinou
Que todos se reencontrassem
No mesmo nível social…
Senhores de Engenho
Nobres Portugueses
Militares sanguinários
Paupérrimos, Analfabetos,
Sem eira nem beira…
No fundo de seus espíritos
Sabedores que mereceram
Tal destino…
E os outros?
As sinhazinhas caridosas
Os patrões condescendentes
Os bravos Inconfidentes
Os negros que só desejavam
Trabalhar para conseguir um vintém…
Bem, estes renasceram também
Em terras mineiras
Em locais aprazíveis
Aos pés das montanhas abençoadas
Admirando as cachoeiras espetaculares
Criando filhos corados
Nutridos pelo leite das vacas robustas
Enfim, tendo a vida
Que pediram a Deus!
Ou melhor,
Tiveram MERECIMENTO!
Poeta Estelar