Indiscriminadamente nos acostumamos a acreditar que sentir dor é algo que precisa ser afastado, não nos permitimos refletir quando ela chega e nos atinge em cheio. O primeiro olhar é de indignação… Como assim? Eu não mereço!! A seguir, nos preparamos para encarar. Separamos as ferramentas, ou melhor, os sentimentos disponíveis para enfrentá-la: resignação, paciência, revolta, tristeza… e vamos em frente, sem um momento de pausa para perguntar: – O que essa dor veio me ensinar? E é exatamente aí que está a chave para afastá-la definitivamente.
Pensando sob a ótica do aprendizado, algo que o Pai Eterno não se cansa de nos direcionar, uma dor pode ser o sinal que algo tem que mudar, ou quem sabe, um motivo para refletir o quanto estamos sendo egoístas, incompreensivos, turrões. O outro lado da moeda é sempre parar um pouquinho, dar voz a consciência e mudar. Talvez estejamos sendo muito genéricos, mas vamos analisar o extremo desta questão – a dor da perda de alguém querido. É muito difícil encontrar alguma experiência positiva na ruptura irreversível que expõe a fragilidade da condição humana.
Vamos analisar as nuanças que a dor da perda carrega, começando pelo aprendizado. Será que não seria o momento de olhar para os ensinamentos de Nosso Irmão Jesus com um outro enfoque? A afirmação: – Meu Reino não é deste mundo. É um bom primeiro passo. Se estamos nos referindo a um Irmão, membro da NOSSA família, é claro que nós também NÃO SOMOS deste mundo. Conclusão óbvia, mas que carrega “um quê” de indignação, afinal aprendemos que o Planeta Terra sempre foi nosso lar e é difícil imaginar que podemos ser de outro lugar…
Cada um tem o dever, calcado na inteligência que lhe foi presenteada, de não se deixar levar por crenças infundadas que tem o poder de intensificar a dor e impedir que se encontre a porta de saída. Trazendo para o rol das verdades incontestáveis, acreditando piamente que “não somos deste mundo”, já se abre uma fresta de luz que contrapõe a dor. O corpo acabou mas a real identidade, o Espirito, vive, e apenas e tão somente voltou para Casa. Já é um bom começo para amainar a tristeza e abrir o coração para compreender a dor profunda que a morte representa, afinal, que mal há no fato de se voltar para casa?
E assim, analisando os pontos que possuem a capacidade de se transformar em dor, vamos encontrando todas as lições implícitas neste sentimento que tem a capacidade de trazer a clareza de uma relação amorosa entre o Pai e seus filhos.
Osmar Silva
Membro da Plêiade do Amor Universal
by Elza Horai
