Agora, quero apenas
Cochichar em seus ouvidos
Para que ninguém nos ouça…
O assunto é prá lá de polêmico
Mas ao mesmo tempo simples
Como um copo de água
Desde tempos muito antigos
Abrir a boca para dizer:
“Estou pagando pecados
De outra vida
Porque nessa tenho certeza
Que fui bom”
É ouvir reprimendas silenciosas
Às vezes até agressivas
É ser tachado de louco
Ou de alguém que não
Não sabe o que diz
Vou mesmo falar baixinho
Porque mesmo em pleno
Século vinte e um
Muitos ficarão de cabelos em pé
Torcerão o nariz
Cortarão relações
Como aconteceu comigo
Enquanto estava por aí
É certo, que depois
Da metade para o fim
De minha vida terrena
Ouvi muitos me dizerem:
A reencarnação explica…
O bebê que nasceu
Com marcas iguaizinhas
As do falecido avô…
A criança de dois anos
Que dizia:
Minha antiga casa
Tinha galinhas no quintal
E não uma piscina como essa…
O homem que sonhava toda noite
Que alguém o atirava
De um alto penhasco
E quando acordava
Ainda sentia o empurrão fatal…
A angústia da mulher
Que não queria ter filhos
Porque tinha
Uma inexplicável sensação
De já ter presenciado a morte
De muitas crianças…
O pavor do marido
De fazer um Cruzeiro Maritimo
Dizia para esposa:
Férias em qualquer lugar
Mas bem longe do mar…
A reencarnação explica tudo isso
E muito mais…
Mas porque tanto medo infundado?
Tanta insegurança em aceitar
Algo tão belo…. e justo?
Tenho lá minhas teorias:
Será porque os que
Falaram em ressurreição
Foram mais convincentes?
Pois, ressuscitar pode
Reencarnar não pode
Mas pera lá…
Para ressuscitar precisa
Remontar o corpo
Em decomposição
Então esta teoria é furada
Pois todos sabem
Que é impossível
Células mortas
Se auto regenerarem!
Então voltamos ao começo
Continuo cochichando
Em seus ouvidos:
Reencarnar…
O que tem de tanto mistério?
Porque tanto melindre
Em se tocar no assunto?
Tenho outra teoria:
Alguém a muitos séculos atrás
Era tão ruim… mas tão ruim…
Que só de pensar
Que um dia voltaria
Para resolver tanta maldade
Ficava apavorado
Então declarou:
Quem acreditar em reencarnação
É um traidor!
E merece morrer na fogueira
E assim foi feito…
E todos que acreditavam
Ficaram tão apavorados
De ver seu corpo ser consumido
Pelas chamas devoradoras
Diante de seus
Incrédulos filhos, pais, amigos…
Que hoje,
Depois de reencarnar…
Reencarnar…
Reencarnar…
Ainda tem muito medo
De acreditar
Neste mecanismo Divino
Que dá aos justos
O equilíbrio e a felicidade
Que pede aos injustos
Correção e arrependimento
Garanto a todos aqueles
Que não se apavoraram
Quando citei a palavra
“Reencarnação”
E continuaram lendo
Este “belo texto”
A segunda hipótese
É a verdadeira
Portanto, esqueçam
O fogo
Os maltratos
A maledicência
As injustiças
Vocês vivem uma
Nova Vida
O que passou… passou…
Mas peço que usem a inteligência
Não acreditem em mim cegamente
Pesquisem
Perguntem
Tirem suas dúvidas…
Tem tudo na internet
E muita gente
Que também morreu
Na fogueira
Disposta a contar
Como superou
Tanto medo
Perca um pouquinho
De seu precioso tempo
E faça o que sugeri
Pois sem esse esclarecimento
Não poderá compreender
Como se processará
A separação do joio do trigo
Na hora do juízo final
Mas se nem nisso
Você acredita
Então esqueça
Tudo que eu disse
Pois já me cansei
De falar baixinho
E para os que me ouviram
E buscarão entender mais
Repito em alto e bom som:
Através da REENCARNAÇÃO
O Joio será separado do Trigo
E tenho dito!
Poeta Estelar
(*) um esclarecimento da médium
Não costumo expor minha posição à respeito das colocações do meu amigo Poeta, mas desta vez não resisti. O assunto mexe com as “cicatrizes” que trago estampadas em meu espírito.
Durante muito mais de cinquenta anos, o medo, a insegurança, o receio de um castigo que não sabia de onde viria, sempre me acompanharam. A primeira vez que li detalhadamente a respeito de reencarnação foi na noite do dia 26/09/2010, portanto a pouco mais de cinco anos atrás, até então, seguia sem muita convicção, a Doutrina que minha mãe me ensinou e que “ignora” este mecanismo.
Até este dia, muitas oportunidades se passaram sem que eu desse ouvidos a uma voz que sempre me dizia: não tenha medo, busque entender o porque de tanta insegurança com relação ao dom da psicografia que te acompanha desde sempre. Soube depois, que por vinte e três encarnações utilizei minha mediunidade para trazer noticias do lado de lá.
É claro que morri na fogueira da Inquisição. É claro que renasci trazendo as marcas de tanta insanidade. Mas um belo dia, vinte e seis de setembro de dois mil e dez, diante de uma situação inusitada, entrei em uma livraria decidida a saber tudo. Comprei inúmeros livros que falavam de mediunidade, reencarnação, lei de ação e reação, magnetismo. Li tudo.
Tenho certeza, que foi este gesto que enfraqueceu o medo, aumentou a determinação de descobrir o que acontecia comigo. Decidi reter em meu subconsciente tudo que me pareceu, justo, lógico, correto.
À partir daí, as portas foram se abrindo, a serenidade me envolvendo e os Amigos do Alto finalmente se apresentaram, entre eles, o meu querido Poeta Estelar, Amigo e Mentor.
Elza Horai