Quem já não se assustou
Com uma história bem contada?
Me refiro aquelas
Cuja narrativa
É tão bem montada
Que acaba por
Parecer uma verdade
Incontestável
É claro,
Que para os olhos
Infantis…
Hoje vamos contar
A história da
Menina Ritinha
Que o dia que
Ouviu a lenda
Do chapeuzinho vermelho
Ficou tão assustada
Com a parte que dizia
Que o caçador
Abriu a barriga do lobo mau
E de lá saiu a vovózinha
Toda faceira…
Passou a noite acordada
Chorando sem dizer porque
É claro que toda a família
Se colocou ao seu lado
Para saber o motivo…
Mas Ritinha
Nada dizia
Apenas chorava calada
Chegou a soluçar
E até a perder o folego
Vocês dirão:
É claro que essa menina
Viveu no século passado
Porque hoje em dia
Criança não tem medo
De nada
Até mesmo o saci Pererê
Já teve os seus tempos áureos
As crianças de hoje
Dariam risadas
Do menino perneta
Cachimbo na boca
E touca vermelha
Mas e as lendas
Tão bem contadas
Que causam comoção
Em adultos e crianças
Que vivem nos dias atuais…
Existem?
É claro que sim,
Respondo com toda certeza
Cito como exemplo
A “lenda” da Rapunzel
Mas peraí!
Isto é história prá criança
Adulto não se impressiona,
Ainda mais que
Cabelo não cresce tanto
A ponto de se fazer uma corda!
É por isso mesmo
Que os adultos se identificam
Com esta história
Tão antiga
E também tão atual…
Exatamente
Por causa do CABELO
Um anexo quase sem utilidade
Que durante toda a evolução
Representou
Um ícone da vaidade
Sinônimo de beleza
Antônimo de feiura
É, mas tem gente
Que não gosta
De seu próprio cabelo!
Afirmo que não!
Liso ou encaracolado
Preto ou loiro
Ruivo ou castanho
Curto ou longo
Todos gostam sim,
Porque ele representa
A vida concedida por Deus!
Ninguém gosta
De se imaginar sem ele!
Nossa… que complicação,
Primeiro falo de lenda
Depois de chapeuzinho vermelho
Agora o assunto é cabelo
Aposto que não
Estão entendendo nada!
Vou explicar melhor…
Quando Deus criou
O Homem e a Mulher
Precisava dar-lhes um visual agradável
Por isso fez crescer pelos na cabeça
Para que pudesse realçar
A beleza dos novos filhos
Com isso despertou a vaidade…
As madeixas se tornaram
Objeto de adoração
Por isso quando me refiro a Rapunzel
Todos… sem exceção
Sentem algo ligado
A um momento sublime
Quando o Pai Celeste
Ofereceu a seu filho
Um presente especial…
Que lhe despertaria
O quão belo e delicado
São os cabelos
Que recobrem sua cabeça!
Nos dias atuais
A vaidade se tornou um sentimento,
Devastador…
Com a valorização desenfreada
Do corpo físico
Em detrimento ao Espírito Eterno
A vaidade tomou corpo
Gerando inúmeros
Entalhes que permitiram
Outras características negativas
Serem agregadas
A mentira…
De diminuir a idade
A arrogância…
De não aceitar o envelhecimento salutar
O consumo desenfreado…
Sem se preocupar com o irmão faminto
A inveja…
Desejar o corpo da amiga magrinha
A bulimia…
Recusar o alimento sagrado
A insatisfação…
Não se visualizar o melhor da vida
Posso enumerar dezenas de outras
Mas vou parar por aqui
Acho que todos entenderam…
Quando lerem novamente
A lenda da Rapunzel
Lembrem-se que o fato
De gostarem desta bela
E bem contada história infantil
É porque se lembraram
De um presente especial
Oferecido com amor por seu Pai Celeste
E… não me venham
Fechar o livro
E correr para o cabeleireiro
Fazer luzes
Fazer alisamento
Fazer o corte da moda
Fazer permanente
Epa! Fui informado que permanente
Não se faz mais…
Bem… acho que entenderam
Deixem a vaidade pra lá
E agradeçam o carinho,
Se sintam privilegiados…
Afinal, peixe não tem cabelo
E também é uma criatura Divina!
Poeta Estelar
… preciso crescer muito ainda … Quanta sabedoria poeta!
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